quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

"Malamorvolência"

O sol mantém sua expressão enfastiada, um momento que eu denominaria o entrecruzar dos espíritos, dos destinos, das idéias, das nossas vagas concepções desprezíveis nascidas nas sensações das angústias, quando nos permitimos entregarmos à morbidez da diversidade dos nossos medos mais inexplicáveis. Chocamo-nos num eclipse descomunal, onde os olhos são detalhes inúteis aponto de só deturparem os episódios descoloridos que se concretizam mordazes, como a alma imbecíl deste que os fala. O sol se esconde por entre nuvens cinzas, permitindo que toda e qualquer imagem se torne tão patética quanto aquele velho parecer de acreditar sempre em uma saída na complexidade dos desesperos, das encruzilhadas do dia-a-dia. Somos patéticos em circunstâncias incontáveis, quando, por exemplo, encontramos alguém que pouco nos faz falta ou que nos faz falta em demasia, utilizando gestos, palavras, sentimentos transbordáveis e pueris. A natureza transforma o “astro rei” num ridículo pierrô, a mercê da mão escrota e da inteligência sarcástica do seu idealizador literato...não existe ninguém desprovido de indefesa, os bons e os maus se auto confundem na monstruosidade dos corações corruptos. Quanto a mim, digamos que sofro de uma doença chamada “malamorvolência”, que me causa repúdio a cada amanhecer e náuseas perante a felicidade alheia e compartilhável. Acho que não fui tão claro nem coeso, meu pesar de agora brota da ausência incômoda, ao mesmo tempo em que estável, de quem vivo a desferir platonicidade exacerbada. Apenas acordei com uma terrível saudade a descambar meu íntimo... É excêntrico como o amor desfalece cada nova ingenuidade compadecida das lembranças dos ternos sorrisos do sol que clareia meu caminho, minha essência... meu coração.

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